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Bruxas

O dia 31 de outubro é o Dia das Bruxas, o Halloween dos americanos, uma popular celebração de culto aos mortos. O termo halloween vem da expressão em inglês all hallow's eve, que significa véspera de todos os santos, pois antecede o feriado de 1º de novembro, Dia de Todos os Santos. A origem mais aceita dessa tradição vem de um festival pagão celta chamado Samhain, que festejava a chegada do inverno. Os celtas dividiam o ano em duas estações, inverno e verão. Os celtas habitaram a Gália (hoje França) e as Ilhas Britânicas entre os anos 600 a.C. e 800 d.C. e acreditavam que no início do inverno as almas dos mortos retornavam para suas casas em busca de alimento e abrigo. Outra vertente acredita que a origem do halloween é cristã.

O termo halloween surgiu pela primeira vez por volta do ano 1745 e originalmente não tinha conotação com bruxas, mas nos Estados Unidos, onde foi introduzido pelos colonizadores, o halloween acabou assumindo essa simbologia que vemos hoje e daí se espalhou pelo mundo a partir dos anos 1970, com suas tradicionais abóboras esculpidas, máscaras monstruosas e o "doces ou travessuras". As mulheres feiticeiras sempre existiram, mas a imagem que temos hoje em dia da bruxa associada a uma velha nariguda vem da Idade Média europeia, do período em que houve a Inquisição ou Santo Ofício da Igreja Católica com sua "caça às bruxas".

Criada pelo Papa Gregório IX em 1233, a Inquisição foi criada para julgar os crimes de heresia e se estendeu por vários séculos, até o início do século XIX. Sob o papado de Pio X assumiu em 1908 o nome de Sacra Congregação do Santo Ofício e em 1965, já sob o papado de João XXIII assumiu o nome que tem atualmente: Congregação para a Doutrina da Fé, então na prática nunca deixou de existir. A origem do termo bruxa é controversa mas a definição do Dicionário Oxford é: "mulher que tem fama de se utilizar de supostas forças sobrenaturais para causar malefícios, perscrutar o futuro e fazer sortilégios; feiticeira." O guia que orientava os inquisidores em sua caça às bruxas era o livro Malleus Maleficarum, também conhecido como O Martelo das Bruxas, publicado por volta de 1486. Estima-se que cerca de 100.000 pessoas foram executadas pela prática de bruxaria durante a Inquisição, sendo a quase totalidade de mulheres, mas o número deve ser bem maior.

Durante a Inquisição bastava a mulher saber fazer um chá que se alguém gritasse "bruxa" ela já era acusada de bruxaria e era queimada viva na fogueira, depois de ser torturada das formas mais cruéis. Houve inúmeros excessos, pessoas eram acusadas de heresia para que a Igreja se apropriassem de seus bens, enfim, a Inquisição foi um retrato do inferno e matou milhares de pessoas inocentes, principalmente mulheres. Apesar disso, não podemos deixar de observar que existiam mesmo bruxas que viviam na floresta, comiam criancinhas e faziam pacto com o diabo. No mês passado inclusive tivemos um caso, Onicofagia, em que a consulente foi uma bruxa clássica que literalmente comia criancinhas, mas já nos deparamos com muitos outros casos e hoje nos deparamos com mais uma bruxa.

Atendemos uma mulher que não consegue esquecer um antigo relacionamento amoroso, mesmo tendo se passado vários anos e ela já estando em outro relacionamento. Pouco antes de terminar o relacionamento, que nem era algo oficial tipo um namoro, o casal apenas "ficava", ela em desespero mandou fazer um trabalho de amarração amorosa porque o homem estava se afastando, mas não surtiu efeito no sujeito, apenas nela, pois ele seguiu sua vida e ela foi quem ficou presa a ele. Mas ela nos relata que logo após ter contratado esse trabalho de amarração sentiu que havia feito algo errado e se arrependeu e agora resolveu nos solicitar o desmanche dessa amarração amorosa, que ela mandou fazer há uns quatro anos atrás.

Vendo uma foto do sujeito percebemos que não se tratava de nenhum galã, o que nos fez investigar o motivo dele ser tão "garanhão", pois vimos que havia outras mulheres suspirando por ele além dessa que atendemos. E aí nos deparamos com um trabalho de magia que ele mandou fazer para conquistar as mulheres e as deixar apaixonadas por ele. Além da que atendemos vimos que havia mais oito mulheres apaixonadas pelo sujeito. Puxamos o espírito que pegou o serviço dele no terreiro e conversamos, o espírito estava orgulhoso, disse que a amarração foi muito bem feita, e de fato foi, e se mostrou muito orgulhoso.

O garanhão pagou bem pelo serviço, ofertou um boi, e renova o feitiço regularmente, então o pessoal do terreiro se esforça para fazer um bom trabalho. Esse espírito tinha uma equipe com outros dez espíritos para manter as mulheres com quem o garanhão se relaciona apaixonadas por ele, não deixando elas esquecerem que ele existe mesmo ele demorando meses para procurar uma delas. Além da atuação dos espíritos na mente das mulheres foi jogado sobre o corpo delas uma poção pegajosa feita com mel que as mantinha com desejo por ele. Também havia um fio energético dourado ligando as mulheres ao garanhão. Nós fizemos os procedimentos de praxe, desmanchamos o feitiço, limpamos todas as mulheres, cortamos os fios que as ligavam ao garanhão e obliviamos os espíritos do terreiro, que foram encaminhados para reencarnação.

Verificando a ligação de vida passada entre a mulher e o garanhão, vimos que ela foi uma bruxa na Europa há mais de 500 anos e era muito boa em feitiços de amarração. Ela não teve envolvimento amoroso com o garanhão nessa vida em que foi bruxa, mas a pedido de uma mulher que estava interessada nele, a bruxa fez uma amarração para os dois, o garanhão ficou muito apaixonado pela tal mulher, que na verdade queria era o dinheiro dele, conseguiu se casar com ele e fazia o que queria, até o traía, e ele aceitava tudo por conta do feitiço.

Descobrimos que o espírito que pegou o serviço do garanhão na vida atual era o mesmo espírito que trabalhava com a bruxa naquela vida passada, e que inclusive ele reciclou os feitiços de amarração que a bruxa usou naquela vida para prender não só a bruxa mas outras mulheres ao garanhão na vida atual. Foi esse espírito do terreiro quem induziu a mulher que atendemos a fazer o trabalho de amarração, pois assim ele não precisaria gastar muita energia com ela para a manter apaixonada pelo garanhão.

No trabalho de amarração que a mulher mandou fazer a mãe-de-santo que fez apenas repassou a energia para o espírito que cuidava do trabalho de conquista do garanhão, mas mesmo assim nós efetuamos o desmanche e encaminhamos os espíritos ligados ao trabalho de amarração. Ainda rastreamos a mulher que nessa vida passada da bruxa contratou a amarração para o garanhão, ela estava desencarnada de sua última encarnação há quase 60 anos e estava vagando no astral, foi obliviada e encaminhada para reencarnação. No fim a mulher que atendemos estava sendo vítima de um feitiço que ela mesma fez numa vida passada em que foi bruxa há mais de 500 anos.

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