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Iemanjá

Iemanjá é uma orixá que faz parte das religiões de matriz africana no Brasil — como o candomblé e a umbanda —, além de ser originalmente ligada à religiosidade dos iorubás, um povo que habitava a África Ocidental, nos territórios atuais de Togo e Nigéria. Era a divindade dos rios e da fertilidade. O culto a Iemanjá foi trazido ao Brasil durante o período colonial por meio do tráfico de africanos escravizados e estabeleceu-se aqui. O sincretismo religioso contribuiu para a fixação desse culto, e, atualmente, Iemanjá é um dos orixás mais populares das religiões de matriz africana brasileiras. Seu culto também é encontrado em outras partes da América, sendo conhecida em Cuba como Yemayá, por exemplo. O nome Iemanjá é um aportuguesamento de uma expressão em iorubá que se referia a essa orixá. A expressão era “Yêyé omo ejá”, traduzida como “mãe cujos filhos são peixes”, numa demonstração da relação desse orixá com a água. Aqui Iemanjá também é conhecida como: Dona Janaína, Senhora das Águas, Mãe dos Orixás, Rainha do Mar, entre outros. Fonte: Brasil Escola

Na prática não existe apenas um orixá Iemanjá, mas vários espíritos que assumem essa personalidade, alguns por tanto tempo que acreditam serem eles mesmos a própria divindade, do mesmo jeito que em cada terreiro se encontra um Exu Caveira, um Zé Pilintra etc. já encontramos diversos espíritos que se apresentam como Iemanjá. O que é muito comum pois geograficamente nosso país é muito grande, então em cada região que se cultua Iemanjá vai ter um espírito ali fazendo o papel de Iemanjá, assim como temos vários seres que se passam por santos católicos e deuses de outras religiões.

Hoje nos deparamos com uma Iemanjá que achei curiosa. Num atendimento em que foi feito um trabalho de magia para uma pessoa adoecer, enlouquecer e morrer, o espírito encarregado do feitiço era todo azul e se dizia um soldado do exército de Iemanjá. Fizemos os procedimentos normais, desmanchamos o feitiço, e mostraram a médium que havia mais algumas dezenas de espíritos como esse grudados em outras pessoas, devido a trabalhos de magia de vários pais e mães de santo da região norte de Santa Catarina. Recolhemos esses outros espíritos também, todos azuis, e resolvi puxar a entidade a quem serviam, a Iemanjá, para conhecer a história dela.

Perguntei há quanto tempo ela era Iemanjá e ela respondeu que há uns 5.000 anos, o que nossa equipe espiritual confirmou, mas não de forma ininterrupta. O que aconteceu foi que há cerca de 5.000 anos ela era uma mulher africana que perdeu um filho pequeno e se culpou pela morte. A criança foi picada por uma cobra venenosa dentro da cabana em que morava e a mãe se culpou. Era uma mãe muito amorosa e ficou muito arrasada com a morte do filho, a ponto dela se matar para se reencontrar com o filho. Ela caminhou para dentro do mar e desapareceu nas ondas.

Por ela ser era uma mulher muito bondosa começaram a lhe fazer oferendas que eram jogadas no mar, já existia o culto a Iemanjá e com o tempo esse espírito passou a receber também as oferendas endereçadas a Iemanjá na região onde ele habitava e a se apresentar dessa forma, como Iemanjá. Nesses 5.000 anos ela já reencarnou várias vezes, mas sempre morre no mar e assume essa personalidade de Iemanjá. A última encarnação dela foi na África no período em que os brancos caçavam os negros na África, ela foi morta com um tiro e seu corpo atirado ao mar.

Esse espírito é como se tivesse um alter ego que era Iemanjá que ela assume sempre que desencarna, mas nesses 5.000 anos ela já perdeu aquela amorosidade que tinha, provavelmente influenciada por outras vidas que teve e pelo que vivenciou os negros sofrerem durante o período de escravidão. Essa Iemanjá foi obliviada e encaminhada para reencarnação, juntamente com seu exército de espíritos azuis.

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