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Desenvolver a mediunidade

  • Foto do escritor: Gelson Celistre
    Gelson Celistre
  • 26 de mai.
  • 5 min de leitura

A pessoa que já procurou algum atendimento espiritual provavelmente já ouviu alguém lhe dizer que precisa desenvolver sua mediunidade. Nada dá certo na vida, tudo trancado, problemas familiares, de relacionamento, no trabalho, problemas de saúde, enfim, em algum momento de sua busca por uma solução algum médium ou entidade vai dizer que a pessoa precisa se desenvolver. Já tratei esse tema em outras postagens como Desenvolvimento da mediunidade, mas é sempre bom rever o tema pois é motivo de muitas dúvidas.

Desenvolver a mediunidade
Desenvolver a mediunidade

Mas a questão principal é: será que essa pessoa precisa mesmo desenvolver a mediunidade? E se ela desenvolver o que vai mudar em sua vida? Será que os problemas dela irão se resolver? Mesmo sem entender direito o que é a mediunidade a primeira pergunta que a pessoa faz é: como desenvolver a mediunidade?

Se a pessoa estiver num meio espírita kardecista o desenvolvimento na imaginação da pessoa seria a escola de médiuns, aplicar passes magnéticos e depois psicografar mensagens inspiradoras de seu mentor espiritual. Se a pessoa for de uma linha de matriz africana o desenvolvimento seria descobrir quem são seus guias, participar das giras de incorporação, fazer a cabeça no santo e entrar para a corrente do terreiro e receber suas entidades para dar consultas.

Isso considerando as duas maiores vertentes religiosas do Brasil que trabalham diretamente com a mediunidade, mas temos outros grupos onde também se trabalha com a mediunidade como: Santo Daime, Jurema Sagrada, Catimbó, Pajelança, na Apometria etc. com seus próprios meios, geralmente envolvendo o uso de substâncias alucinógenas.

Várias práticas espiritualistas trabalham com o conceito da mediunidade, chamando de canalização, recebendo mensagens e orientações de entidades que acreditam serem superiores, seres de luz, mestres ascencionados, extraterrestres etc. Nesses casos o desenvolvimento mediúnico geralmente ocorre de maneira autônoma ou em pequenos grupos, com a pessoa psicografando mensagens.

Inicialmente é preciso definir o que é mediunidade: é uma faculdade natural do ser humano, que permite a comunicação com o plano espiritual. O termo vem do latim medium, que significa meio ou intermediário, no caso um intermediário entre os vivos e os mortos, pois o termo foi criado pelo codificador do espiritismo Allan Kardec, no século XIX. É importante ressaltar isso pois como o conceito foi criado pelo espiritismo as definições que acompanham o termo mediunidade dadas pelos espíritas costumam ser aceitas como verdadeiras, sendo a principal delas que a mediunidade é um dom, uma missão que o espírito recebeu para fazer o bem, dentro dos moldes ditados pelo espiritismo.

Porém, o contato das pessoas com o mundo espiritual sempre existiu, muito antes de existir o termo mediunidade, e se usamos o termo é somente pelo fato dele ter se popularizado e acharmos perda de tempo cunhar outro. Mas, tendo conhecimento da constituição dos corpos do espírito, como o corpo etérico, o corpo astral, mental etc,, sabemos que a mediunidade não é um dom, é um karma adquirido devido a más ações em vidas passadas que provocam danos à tela etérica do indivíduo, o que permite que ele sinta ou perceba as energias e consciências que vivem no mundo espiritual.

Essa distinção é importante pois por ser fruto de karma o médium não tem total controle sobre a mediunidade, no máximo um controle parcial. Por exemplo o médium não tem controle sobre os espíritos que se aproximam dele, e nem tem conhecimento de todos os espíritos que estão ao seu redor. Além disso nem tudo que o médium vê ou escuta é como ele viu ou escutou, os espíritos conseguem facilmente enganar os médiuns se fazendo passar por mentores ou guias quando na realidade são obsessores.

Mas como desenvolver a mediunidade? Mesmo para quem segue o caminho prescrito pelo Espiritismo ou Umbanda não existe uma segurança sobre o desenvolvimento mediúnico porque na maioria desses locais não se tem um controle sobre as entidades, sobre os espíritos, que se manifestam. Os médiuns dos centros espíritas são enganados assim como os chefes de terreiro. É comum encontrarmos obsessores atuando como guias dos médiuns.

Isso é um problema pois atendemos muitas pessoas que têm mediunidade e seria aconselhável que pudessem se desenvolver, mas não temos como indicar um local pois a maioria não tem condições de oferecer um ambiente saudável para o desenvolvimento.

Mas quando é que a pessoa precisa desenvolver a mediunidade? Quando dizemos que ela tem uma mediunidade ostensiva, ou seja, quando ela sente, vê ou escuta os espíritos com regularidade. Quando as manifestações mediúnicas, ou seja, quanto o contato dela com o mundo espiritual estiver interferindo negativamente em sua vida cotidiana, lhe causando algum transtorno, aí é o momento de desenvolver.

E desenvolvendo a mediunidade as manifestações vão desaparecer? Não. O que melhora com o desenvolvimento, se for bem feito, é que o médium consegue ter um certo controle sobre as manifestações, consegue identificar a presença de espíritos interferindo em sua vida e lhe obsidiando, o que facilita que ele busque um tratamento para essas questões.

Muitas pessoas não possuem uma mediunidade ostensiva, ou seja, não sentem, não enxergam e nem escutam espíritos com regularidade, mas sentem os efeitos da energia dos espíritos que estão ao redor delas, e por isso quando se consultam em algum terreiro, centro espírita ou com algum médium independente, são aconselhadas a desenvolver a mediunidade, como se isso fosse lhes adiantar alguma coisa.

O que chamam de mediunidade nesse caso é simplesmente o efeito do karma dessas pessoas. A pessoa vai num terreiro e o médium vê um espírito de um negro com ela, imediatamente acredita que é um guia que quer trabalhar com a pessoa e que está causando problemas a ela por ela não o receber, por isso aconselham ela a desenvolver. Em muitos casos o espírito visto é inclusive um obsessor da pessoa.

O mesmo ocorre se qualquer outro médium enxergar algum espírito junto da pessoa, vão dizer que é um guia espiritual dela e que portanto ela tem que se desenvolver. Na prática qualquer médium só consegue identificar que um espírito é um obsessor se ele se manifestar com ódio e proferindo palavras ofensivas, se o espírito estiver calmo nunca acham que é um obsessor e vão acreditar no que o espírito lhes disser ou intuir.

Se alguém lhe disser que você precisa desenvolver a mediunidade primeiro se pergunte se você tem uma mediunidade ostensiva para desenvolver. Se você não sente, não enxerga e nem escuta espíritos com regularidade, de modo que isso interfira ou atrapalhe a sua vida, você não tem mediunidade para desenvolver.

Qualquer problema que você tenha por conta do seu karma: nada dá certo na vida, tudo trancado, problemas familiares, de relacionamento, no trabalho, problemas de saúde, enfim, isso não se resolve com desenvolvimento mediúnico, nem para quem tem mediunidade ostensiva, quanto mais para quem não tem.

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